Geral Lisboa à prova de sismos? Tudo sobre o Programa ReSist Programa define um conjunto de 47 ações que visam a promoção da resiliência sísmica da cidade de Lisboa, adianta a autarquia. 10 fev 2023 min de leitura “Vai com certeza haver outro de grande magnitude e violência”, dizia-nos, em março de 2016, João Appleton, um dos maiores especialistas portugueses em prevenção sísmica do património arquitetónico, monumental e habitacional. A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está atenta ao fenómeno, tendo criado recentemente, por exemplo, “o Programa ReSist, onde constam diversas medidas que visam a resiliência sísmica da cidade”, refere a autarquia. Explicamos tudo sobre esta iniciativa. Segundo a CML, o ReSist é um “programa municipal de promoção da resiliência sísmica do parque edificado, privado e municipal e infraestruturas urbanas municipais”. Na página criada pela autarquia na qual podem ser conhecidos os vários projetos de resiliência Urbana existentes, lê-se que o “ReSist define um conjunto de 47 ações que visam a promoção da resiliência sísmica da cidade de Lisboa”. O mesmo assenta nos seguintes objetivos estratégicos: A normalização de standards técnicos e metodologias de avaliação da vulnerabilidade sísmica da cidade; O desenvolvimento de ações operacionais com vista a uma efetiva promoção da resiliência, concretizadas através de campanhas de inspeção, projetos e obras de reforço estrutural que incidam sobre o parque edificado e infraestruturas vulneráveis; A realização de campanhas de sensibilização e divulgação para envolvimento da sociedade, com o objetivo de capacitar a população em geral; O desenvolvimento de sistemas de gestão de informação que agilizem as tarefas de partilha de conhecimento e execução do programa entre as várias estruturas municipais; A definição e implementação de critérios de alerta e priorização de intervenção que orientem a ação dos serviços municipais; A definição de parcerias estratégicas a estabelecer com entidades externas para otimização das ações. Foto de Lisa no Pexels A CML adianta ainda que, tendo em conta a importância do programa e a sua transversalidade, “constituiu uma equipa de projeto com a missão de monitorizar e implementar o Programa ReSist - Equipa de Projeto ReSist”. “Além dos seus membros permanentes, a Equipa de Projeto conta ainda com uma estrutura consultiva, composta por técnicos das várias orgânicas municipais com competência na matéria e com um conselho técnico científico”. Estas são as instituições que compõem o referido concelho técnico: A2P – Estudos e Projetos; Centro Europeu de Riscos Urbanos – CERU; Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – FCUL; INOV; Instituto Português do Mar e da Atmosfera - IPMA; Instituto Superior Técnico – IST; Instituto Tecnológico do Gás – ITG; Laboratório Nacional de Energia e Geologia – LNEG; Laboratório Nacional de Engenharia Civil – LNEC; Ordem dos Engenheiros - OE; Ordem dos Engenheiros Técnicos – OET; Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica; Sociedade Portuguesa de Geotecnia. Foto de Lennart Wittstock no Pexels Segundo se lê no programa municipal - volume I, o “Programa ReSist resulta da necessidade de dar resposta aos vários programas e estratégias da cidade de Lisboa, no âmbito da promoção da resiliência sísmica da cidade”. “Resulta também do reconhecimento de que a intensa atividade de reabilitação de edifícios registada ao longo da última década permitiu melhorar o estado de conservação geral do edificado da cidade, bem como os níveis de conforto para a sua utilização, tendo ainda reduzido a vulnerabilidade ao risco de incêndio. No entanto, algumas das intervenções realizadas sem controlo prévio, ou outras realizadas ao abrigo de regime legal excecional, poderão não ter acautelado a necessidade de manter ou reforçar a resistência sísmica do edifício. Estes fatores associados à elevada vulnerabilidade e risco sísmico da cidade de Lisboa, fundamentam a necessidade de elaboração do programa”, é referido no documento. Iniciativa contempla investimento público e privado Em declarações ao Público Imobiliário, Cláudia Pinto, coordenadora do Programa, adiantou que se trata de uma iniciativa que contemplará investimento público e privado, sendo que o valor em causa ainda será aferido. “Mas pretende-se financiar o maior número de ações através do novo Quadro de Financiamento Plurianual 2021-2027”, referiu. De acordo com a publicação, o arranque do programa será concretizado ainda este ano, com o lançamento de duas ações: A primeira visa a atualização da metodologia de avaliação da resistência sísmica à escala do edifício; A segunda o desenvolvimento de uma aplicação móvel de apoio às campanhas de vistoria. Depois, em 2022, “pretende-se iniciar as campanhas de inspeção, incidindo em primeiro lugar nos edifícios municipais e infraestruturas críticas”, revelou. “Estima-se que esta ação tenha uma duração de quatro anos e será em função dos resultados obtidos nesta fase que se definirá a priorização da intervenção no parque edificado”, concluiu. A propósito deste tema, desafiamos-te a clicar neste link, onde encontrarás um conjunto de entrevistas que o idealista/news realizou em 2016. Fonte: Idealista Geral Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado