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Investir em imobiliário rende 11 vezes mais que em obrigações e o dobro da bolsa

O frenesim à volta do setor imobiliário é tanto - não só a nível nacional, como também lá fora - que se começa a falar de um fenómeno chamado de "pólvora seca". Ou seja os fundos estão, em muitos casos, com excesso de liquidez porque não conseguem investir devido à falta de oferta de produto. E o que explica tudo isto? A...
25 mai 2018 min de leitura

"Neste momento investir em imóveis tem uma melhor relação risco/ retorno que investimentos financeiros e em Portugal essa rentabilidade está particularmente atrativa", diz o novo diretor do departamento de investimento da Cushman & Wakefield, Paulo Sarmento, citado pelo Expresso.

Para que se entenda melhor, e segundo dados da empresa MSCI divulgados pela consultora, investir em imobiliário rende quase 11 vezes mais (11,4% em 2017) do que o mercado europeu de obrigações de dívida pública (0,9% em 2017 segundo o índice S&P) e quase o dobro (6,5% em 2017 segundo o índice Eurostoxx) do mercado acionista.

“Temos uma situação em que as rentabilidades relativas do imobiliário face a outros tipos de investimento são muito mais favoráveis. Claro que, em 2007, que foi o último grande ano de investimento em imobiliário em Portugal, também tínhamos essas rentabilidades elevadas, mas as taxas de juro estavam mais altas do que agora. Ou seja, o investimento em imobiliário é muito atrativo face ao mercado bolsista e obrigacionista e hoje ainda mais porque o retorno comparativo é maior”, explica o responsável.

Imobiliário sempre rendeu mais?

Historicamente o investimento em habitação em Portugal quase sempre rendeu mais do que os mercados financeiros, escreve o semanário, com base num estudo de economistas da Reserva Federal norte americana, intitulado “As taxas de retorno de tudo, 1870-2015”.

Até antes da crise do subprime, em 2008, o retorno das ações era 5,71% e o das obrigações era 1,64%, mas para quem investisse em habitação a rentabilidade era 7,19%. Depois, resume o jornal, tudo mudou. Primeiro com o subprime e depois com a chegada da troika, mas na altura todos os tipos de investimento estavam a render muito pouco. De acordo com os dados divulgados pela Cushman & Wakefield, em 2007, o retorno do imobiliário (também divulgados pela MSCI) era 12,2% em 2007 e no ano seguinte caiu abruptamente para 2,7% e depois para 0,2%, o ponto mais baixo dos últimos 10 anos (

Desta forma, e segundo aponta Paulo Sarmento, Portugal, que durante muitos anos esteve em baixa face a outros mercados europeus, como o Reino Unido, Alemanha ou França, está agora em vantagem, porque agora esses países já estão com preços mais altos e o retorno comparativo dos ativos lusos é mais atrativo.

E mesmo com a elevada subida de preços registada nos últimos dois anos, não só na habitação, mas também nos terrenos, edifícios para reabilitar ou vender, bem como de centros comerciais ou escritórios, os custos em Portugal comparados com os de Londres ou de Paris, são muito mais baixos.

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