Construir casas novas é 7,2% mais caro que há um ano

O setor da construção deu provas de dinamismo e resiliência ao longo da pandemia, mas vive a braços com um agravamento nos custos, devido à escassez de matérias-primas e de mão de obra, conforme escrevemos neste artigo. A verdade é que esta é uma tendência que parece ter vindo para ficar, e os números divulgados esta quinta-feira (10 de março de 2022) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam isso mesmo. Os custos de construção de habitação nova dispararam, tendo a produção na construção também aumentado em termos homólogos. 

Segundo estimativas do INE, os custos de construção de habitação nova aumentaram 7,2% em janeiro em termos homólogos, mais 0,2 pontos percentuais (p.p.) que no mês anterior. “Os preços dos materiais aumentaram 9,1% (8,2% no mês anterior) e o custo da mão de obra aumentou 4,5% (5,2% em dezembro)”, revela o instituto. 

De acordo com a nota do INE, “o custo dos materiais contribuiu com 5,3 p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (4,8 p.p. em dezembro) e a componente mão de obra contribuiu com 1,9 p.p. (2,2 p.p. percentuais no mês anterior)”. “Entre os materiais que mais contribuíram para esta evolução estão os aços, os produtos cerâmicos, o gasóleo e madeiras e derivados de madeira, todos com crescimentos homólogos acima dos 20%”, lê-se no documento.

Relativamente à variação mensal (em cadeia), a taxa do ICCHN foi 1,1% em janeiro de 2022, tendo o custo dos materiais aumentado 2,7% e o custo da mão de obra diminuído 1,1%.

Produção na construção cresce 3,3%

Também a crescer está o Índice de Produção na Construção (IPC), que aumentou 3,3% em janeiro, em termos homólogos, acelerando 0,7 p.p. face a dezembro de 2021. 

Os dados do INE, conhecidos também esta quinta-feira (10 de março de 2022), concluem que o emprego e as remunerações subiram 2,0% e 6,6% (1,7% e 6,0% em dezembro), respetivamente, em termos homólogos. 

Por segmentos, a construção de edifícios aumentou 2,3% (2,1% em dezembro) e a engenharia civil acelerou 1,2 p.p., para uma taxa de variação de 4,7%.

Relativamente aos índices de emprego e de remunerações, apresentaram, em janeiro de 2022, variações de 2,0% e 6,6%, respetivamente, face ao mesmo mês do ano anterior. Comparativamente ao mês anterior, os índices de emprego e de remunerações registaram variações de 0,5% e -19,6%, respetivamente.

Fonte: Idealista