O setor da construção e atividades imobiliárias parece estar a conseguir fintar a crise pandémica. Isso mesmo mostram os dados divulgados esta quinta-feira (26 de novembro de 2020) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo os mesmos, apenas 2% das empresas do setor tencionam concorrer aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem menos que as empresas do setor da indústria e energia, que lideram o ranking (12%). A maioria das empresas (60%) diz que não tem intenção de concorrer aos fundos. E mais: o grosso das companhias do setor da construção e atividades imobiliárias planeia manter os postos de trabalho este ano e em 2021.
Relativamente aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), refere ainda o INE, no Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – Covid-19 de novembro de 2020, que “o alojamento e restauração é o setor em que mais empresas referiram a ainda insuficiente informação disponível sobre esta matéria (66%)”.
Os dados revelados pelo instituto permitem ainda concluir que o setor da construção e atividades imobiliárias “contém a menor proporção de empresas que já retomaram ou esperam retomar o nível normal de atividade (26%), seguido pelo do comércio (32%)”.
“No extremo oposto, encontram-se os transportes e armazenagem e a informação e comunicação (41% e 40%, respetivamente). Admitindo o controlo efetivo da pandemia, as empresas do setor dos transportes e armazenagem são as que, em média, necessitam de mais tempo para que a atividade regresse à normalidade (14,2 meses). Já no setor da informação e comunicação, o tempo médio estimado é substancialmente inferior (8,6 meses)”, lê-se no documento. Dizer ainda, a este respeito, que as empresas do setor da construção e atividades imobiliárias necessitam “apenas” de 8,7 meses para voltar a exercer as suas atividades de forma normal.
No que diz respeito à evolução dos postos de trabalho das empresas até ao final do ano, 89% das empresas do setor da construção e atividades imobiliárias planeia mantê-los, sendo que apenas 6% das companhias conta fazer “cortes”. Há ainda 5% de empresas que planeia aumentar os postos de trabalho.
Um cenário otimista que se mantém para 2021, com 79% das empresas a planear manter os postos de trabalho: 14% prevê fazer contratações e apenas 7% despedir pessoas.